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quarta-feira, 9 de abril de 2008 |
Reencontro de Jedis... |
Um herói sem carisma. Uma mocinha que se sustenta na beleza. Um vilão caricato ao extremo. Por fim, um coadjuvante que é a melhor coisa do filme. Esse foi o cenário que se abriu diante de mim quando fui assistir Jumper.
O filme conta a história de David Rice (Hayden Christensen, da nova trilogia de Star Wars), um jovem que, como na maioria das histórias norte-americanas, é perseguido pelo valentão da escola, apaixonado pela mocinha bonita da mesma, possui um péssimo pai e a mãe foi embora há anos.
Até que, graças a uma brincadeira, vai parar no fundo de um lago congelado e descobre possuir a fantástica habilidade de se teleportar. Utilizando-se de seu recém-descoberto poder, ele entra em um cofre de banco e realiza o 1º de uma série de roubos. Nessa cena, vamos ignorar o fato do cofre ficar do lado do banheiro da agência, ok?!
Assim, David dá adeus para sua velha vida e abraça uma nova. Os anos passam, e o rapaz possui muito dinheiro, um belo apartamento e viaja pelo mundo inteiro em um piscar de olhos. Tomar café em Paris, surfar em Fiji, tomar banho de sol na cabeça da Esfinge e se pendurar no Bin Ben são atividades corriqueiras.
Só que, paralelamente, um misterioso homem chamado Roland (Samuel L. Jackson, de vários filmes, incluindo a nova trilogia de Star Wars) começa a procurá-lo. Na minha opinião, é nesse momento que o filme, que estava até interessante, inicia suas escorregadas.
Para começar, o cabelo exageradamente branco do Samuel L. Jackson deixou seu visual muito esquisito. Assim, o vilão ficou ainda mais caricato, pois parecia que Roland era mau apenas porque o roteiro exigia, mas nós não sentíamos uma motivação real.
Qual era a suposta motivação dele? Roland era membro de um antigo grupo chamado Paladinos, que caçava os Jumpers há gerações. Este é o nome pelo qual são chamados os teleportadores que existem pelo mundo afora. Exato, David não está sozinho.
Mas qual é a origem dos Jumpers? Seus poderes são genéticos? Místicos? Extraterrestres? E por que os Paladinos os caçam? Por que eles são diferentes? Se você está esperando essas respostas, una-se a mim, pois eu também estou até agora.
O filme não explica a origem dos teleportadores, eles simplesmente existem e pronto. E o máximo de respostas sobre os Paladinos é quando Roland revela que os Jumpers são maus por natureza, mas não temos nada no filme que justifique isso. Também tem a cena onde Griffin (Jamie Bell, de Billy Elliot), conta que várias perseguições da humanidade, como a Inquisição, foram obra dessa caçada, mas a informação fica meio jogada também.
Falando nele, Griffin é o melhor personagem do filme. Ele cruza com David em Londres e começa a segui-lo, revelando-se para ele em Roma. O rapaz também é um Jumper, mas muito mais consciente de seus poderes e dos inimigos que o caçam. Ele perdeu os pais, provavelmente mortos por Roland, e vive em uma mistura de fuga constante e a busca pelos responsáveis pela perda de sua família. Griffin, inclusive, é o protagonista das melhores cenas de ação do filme, principalmente, aquela onde ocorre sua luta contra Roland e a batalha dele contra David.
Agora, vamos parar para pensar. Releiam a frase acima e analisem se não pareceu que falei do protagonista. Pois é, um filme cujo personagem mais interessante é o coadjuvante só pode ter alguma coisa errada. A interpretação de Christensen ficou meio apagada, algo já criticado no papel de Anakin Skywalker, e acabou sendo eclipsado por Jamie Bell e o próprio Jackson, que mesmo caricato e estranho, ficou melhor que o protagonista.
Mas ainda resta um último elemento que precisa ser lembrado: a mocinha. O que seria de um filme sem uma, não é mesmo? Aqui ela é Millie (Rachel Bilson, de The O.C.), a paixão platônica de David na escola. Depois de seu primeiro confronto com Roland, o rapaz a procura e os dois iniciam um relacionamento, sempre nublado pelos segredos dele.
A atriz emprestou sua beleza para a personagem...e só. Em nenhum momento, sentimos aquela empatia que nos faz torcer para que o romance dos dois dê certo ou que ela sobreviva. Aliás, ela fica na maior parte das cenas de ação com cara de "o que está acontecendo?", o que é lamentável.
Por fim, vemos mais um filme de excelente potencial ser desperdiçado. Parecia que a maior preocupação era deixar ganchos para a continuação. Origem dos Jumpers? Próximo filme. E dos Paladinos? Também, é claro. Até uma revelação bombástica sobre a mãe de David, passa meio que desapercebida no filme. Outro desperdício foi termos Anakin Skywalker (Christensen) e Mace Windu (Jackson) no mesmo filme, e nenhuma piadinha com Star Wars.
Quando me perguntam, digo que o melhor de ter ido ver esse filme foram os trailers. Vi o do Homem de Ferro, Os Reis da Rua, Quebrando a banca e Superheroe Movie. Muito legais e todos na lista de próximos para conferir no cinema.
Se quiserem muito ver esses trailers, recomendo Jumper, com certeza.
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posted by Eddie @ 21:06
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Perfil |
Nome: Eddie
Origem: Uma galáxia distante, em um futuro próximo de um Universo Paralelo
Fã de: HQs, séries, filmes e agora, RPG
Último bom filme visto: Star Trek
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